PANIS et CIRCENSES
Lílian Maial
Há dias de apascentar os olhos no levedar das horas,
pelo circo das janelas de molduras reluzentes,
disfarce oportuno, distração de tontos.
As vértebras exibindo sinuosas torturas nas bordas do silêncio,
ensurdecido pela blasfêmia do escárnio obsceno das telas brilhantes.
Não se olvide, porém, a índole do porvir!
A mão que acusa o estro subserviente
é a que se apega à lâmina da sedição.
A paixão estuando o músculo,
num crepúsculo de dignidade.
No tempo em que o homem ciceroneia o homem,
mitigados ditames de solidão,
a verdade salta diante do torso corcoveado
de intenções servis.
Há muitos perigos no vazio doloroso da fome
entalhada a fogo.
Nenhum homem há de subjugar um irmão!
Nenhuma horda a comandar o verbo!
Na aceria latente da palavra,
a rima do pão é a mão estendida
e sua métrica as vozes plurais a saciar a fome.
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Lílian Maial
Há dias de apascentar os olhos no levedar das horas,
pelo circo das janelas de molduras reluzentes,
disfarce oportuno, distração de tontos.
As vértebras exibindo sinuosas torturas nas bordas do silêncio,
ensurdecido pela blasfêmia do escárnio obsceno das telas brilhantes.
Não se olvide, porém, a índole do porvir!
A mão que acusa o estro subserviente
é a que se apega à lâmina da sedição.
A paixão estuando o músculo,
num crepúsculo de dignidade.
No tempo em que o homem ciceroneia o homem,
mitigados ditames de solidão,
a verdade salta diante do torso corcoveado
de intenções servis.
Há muitos perigos no vazio doloroso da fome
entalhada a fogo.
Nenhum homem há de subjugar um irmão!
Nenhuma horda a comandar o verbo!
Na aceria latente da palavra,
a rima do pão é a mão estendida
e sua métrica as vozes plurais a saciar a fome.
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