onde vejo poesia
Vejo poesia na fecundação do óvulo,
Disputa acirradíssima onde só o mais astuto
Rompe a membrana de proteção.
Vejo poesia no nascimento do primeiro dente
E na descoberta pelo bebê que pode fazer cocô sozinho.
Vejo poesia na criança em frente ao quadro escolar
Onde ela descobre que o mundo
É bem maior que o quintal da sua casa.
Vejo poesia nas mãos de quem trabalha,
Nos afazeres domésticos
Na administração financeira do pobre
Que nunca cursou administração
Vejo poesia na face enrrugada,
Quanta vida vivida,
quantos sorrisos e lágrimas
Quantas contas pagas.
Quanto à lua e às estrelas
Ao céu e ao mar
Ao amor e às rosas,
Quem não vê poesia neles?