A amante de Mellors

“(...) Numa delicada convulsão,

O mais vivo do seu espasmo foi alcançado;

Ela o sentiu alcançado – e tudo se consumou:

Seu “eu” esvaiu-se; Constance não era mais Constance,

Apenas uma mulher.”

(Trecho de “O Amante de Lady Chatterley”: Lawrence, David Herbert)

Tentando ficar de olho, como um cego magoado, vejo-te iluminada

Perdido nessa cama, sem perceber a dica do dia, paraplégico e inválido

Dizendo o que não devia a mim mesmo, recordando o passado saudável

E puxando assunto com as paredes, sou o barão Clifford Chatterley.

Considere isto, pecado e traição entre folhas da Bíblia...

Coladas até o teto; clamando a salvação, entrego-te querida

A guerra me deixou incapaz, marcou minha existência

E o que aconteceria se você não tivesse realizado suas fantasias?

Se nunca tornassem realidade, se não conhecesse os prazeres da carne?

Eu sei que fui longe demais, Chatterley, mas você me incentivou...

... Sempre via você sério, contando-me histórias sobre a guerra e seus feridos.

Achei que poderia ouvi-lo cantando, tentando voltar a andar

Pensei ter visto você tentar... Ouça-me, vou lhe falar, meu marido

Apaixonei-me por Mellors e, um filho dele eu estou a esperar.

*Baseado em “O Amante de Lady Chatterley” (1928), D. H. Lawrence.

Marciano James
Enviado por Marciano James em 22/03/2012
Reeditado em 10/12/2014
Código do texto: T3569421
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