A nau errante
A nau vaga sobre a terra
mas ela assim mesmo não erra
e não encerra.
Ela vaga por cima da vida
sem se sentir condoída
nem mesmo perdida.
A nau vaga nessa terra
desconhecendo a quimera
fazendo discursos de primavera.
Ela não conhece
a prece
nem orações,
nem indecisões
pois já pagou sua vida
em prestações.
Por isso ela vaga
sem ter pressa
e se arremessa
nas frestas
e confessa
que nesta compreensão
tomara a decisão
de vagar nessa terra
como quem erra.