Covarde mente

É melhor nem pensar

No que lá fora está

A acontecer

Enquanto o mundo gira

O tempo passa

Sem eu perceber

Todos vivem

E eu sobrevivendo

De monotonia

E não entendo

Pra onde foi minha alegria

A vida sempre me intima

E, por medo, hesito

A liberdade que é minha

Não vivo, só existo

Horário, indecisão, limite

Fronteira, a culpa e grades

De tais formas o medo me aflige

Disfarçado de sanidade

 

Ao parar toma conta de mim o fracasso

E me tomam os sentimentos de mais baixeza

A limitação que não vem do cansaço

Vira inconstância, tristeza e fraqueza

Mas ainda é o temor por qual passo

O maior causador da minha incerteza

As ilusões fogem da história

De quem não mais se deixa iludir

Sabe, pois, quem sonha perde a glória

Quando vê seu sonho sucumbir.

Por instinto livre

Mas presa a razão

Aparente loucura

Sem perder a noção.

Medo a verdade?

Ah, não...

Medo da mentira

Medo da ilusão

Dos becos sem saída

De perder a razão

Dos truques negros da intriga

De entregar meu coração

E ele não encontrar guarida

O medo é o maior vilão

Que me faz sentir perdida

Merece uma punição

A verdade escondida

É que eu que merecia

A pior punição

Por abrir mão da minha vida