OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES
O mais famoso herói grego,
De Zeus e Alcmena, filho era.
Sagaz e forte, porém bastardo,
Posto não vir do ventre de Hera.
Héracles, em latim era Hércules.
Tudo ocorreu na Mitológica Era.
O adultério assim aconteceu:
Zeus se travestiu de Anfitrião,
Rei tebano, marido da linda
Alcmena. Zeus foi o Ricardão.
O rei, na Guerra dos Sete Chefes,
Nem soube da inocente traição.
Ilítia previu que o primeiro
Neto de Electrião, rei de Micena,
Reinaria a Grécia. Deusa do parto,
Antecipou o da irmã de Alcmena,
A pedido da zangada Hera.
Hércules paga a primeira pena!
Pra tornar o bebê imortal,
Hermes, de Zeus a pedido,
Leva-o pra mamar em Hera,
Enquanto esta dormia. Ferido
Ficou os seios de Hera tão forte
Foi o sugado. O bebê foi repelido.
Hera, que odiava muito Hércules,
Tentou matá-lo ainda criança.
Não conseguiu. Euristeu
Se tornou a única esperença
De se vingar do “pulo” de Zeus.
Mas foi do herói a vingança:
Hércules conseguiu, com sua força
Colossal, aprisionar, num jarro,
Hera, que foi entregue sã e presa
A Zeus. Mesmo sendo de barro,
A linda, mas vingativa Hera,
Não escapou dele: Algo bizarro!
Depois dessa grande façanha,
No Olimpo, Hércules foi aceito.
Na Grécia, porém, comera o pão
Amassado pelo Cão: Efeito
Da ira de Hera, que o surtou:
Louco, o herói perdeu seu jeito:
Matou sua mulher e filhos.
Ao tentar deixar o local (Argos),
Seu primo, Euristeu, o rei grego,
Submeteu-o a trabalhos amargos,
(Como condição para se evadir),
Contra os quais não cabia embargos.
Deprimido, viúvo, sem filhos,
Não perdeu Hércules a valentia.
Realizou doze grandes trabalhos,
Que Hera mandou via Euristeu. Via
Hércules ser proezas impossíveis.
E fê-las com siso e ousadia:
1)Matou o Leão de Nemeia.
Que devorava todos do local.
Nada lhe furava a pele!
As armas d' herói virava "sonrisal"
Ao atingir o medonho bicho.
Era o monstro um terrível animal!
Um golpe de clava sofre a fera.
Sem dor, só cum zumbido entrou
No covil, que tinha duas saídas.
Uma delas, o herói fechou.
Entra pela outra e com as garras
Da própria fera a sufocou.
2)Matou a Hidra de Lerna (um lago
Grego): Dragão com sete serpentes
Com cabeças regeneráveis
E hálito venenoso. Potentes
Foiçadas decepavam as cobras,
Que se curavam. Eram prementes
Novas táticas. Mandou Lolau
Usar um tição sobre o corte.
Funcionou e só faltava a do meio,
A imortal. Com sua mão forte,
A Hidra segurou. A outra puxou
O rochedo que lhe causou a morte.
3) Capturou o Javali de Erimanto,
Que descia o monte e assolava
Todos. Ver aquele cruel animal
Morto era o que o povo desejava.
Berrando, expulsou o bicho de seu
“Covil”. Ele também se cansava,
Apesar de ser bastante forte.
Fraca da perseguição na neve,
Foi o monstro capturado vivo.
O bicho, mesmo sem ser leve,
Foi levado a Micena nos ombros
Do herói. Vendo a fera, em muito breve,
O rei, tomado de muito medo,
Escondeu-se num jarro de bronze.
4) Capturou a Corça de Cerineia.
(Pés de bronze e chifres d’ouro). Onze
Mil km ou mais, durante um ano,
Hércules seguiu a corça aonde
Ela ia, pois não queria feri-la.
Pois a ninfa metamorfoseada
(Motivo: Perseguição de Zeus)
Era à deusa Ártemis consagrada.
Ela corria, corria e não cansava.
Até que no rio Lado foi alcançada.
5) Expulsou as aves da Estinfália
(Lago onde se multiplicavam),
Pois não havia predadores delas.
Gente e bicho se assustavam.
Com bicos, asas, penas e patas
De bronze, a todos devoravam.
Comiam as colheitas, e tudo
Seus excrementos esterizava.
A praga, voando, cobria o sol.
Atena ao herói ajudava.
Hefestos fez-lhe um par de castanholas
De bronze. Quando o herói as soava
Dos ninhos inacessíveis (árvores
Em pântano ermo e movediço)
As aves se desentocavam.
Ao voar, ele dava-lhes sumiço.
Flechas com veneno da Hidra.
E cumpre o herói mais um serviço.
6) Lavou os estábulos de Áugias,
(Rei de Élis), que há tempo estrume
Juntuva. Desviou o curso de Peneu
E Alfeu. A água corrente um volume
Enorme de merda removeu.
Num dia, sumiu todo o “perfume”!
Àugias descumpriu o trato com Hércules:
Este ganhar parte da boiada,
Se a ordem do rei de Micena
Fosse em um dia realizada!
De Élis o herói destronou Áugias,
Numa batalha por ele comandada.
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Com a limpeza do aprisco de Áugias, termina Hércules sua série de façanhas no Peloponeso. Esta é uma península ao sul da Grécia, cuja principal cidade foi Micena, onde reinava Euristeu. Como sabemos (informações no cordel acima), Euristeu era primo de Hércules, o qual aquele odiava (e temia) imensamente. A deusa Hera (Juno em latim) sempre apoiava Euristeu, desde o nascimento do primo de Hércules. A antecipação do nascimento daquele foi urdida por Hera, para o reinado de Micena não ficar nas mãos de Hércules. Este, desde o nascimento, foi, sem trégua, perseguido por Juno, que, inclusive enlouqueceu o herói. De tão furioso este ficou, que, numa crise, matou a esposa e os filhos. Angustiado, consultou um oráculo para saber como se redimiria de tão bárbaro assassinato. O oráculo falou: “Você tem que se submeter às ordens de seu primo, rei de Micena, e cumprir todos os trabalhos que ele determinar. Por sua vez, Euristeu sempre ordenava tarefas por ele julgadas impossíveis de ser realizadas, torcendo pela morte de Hércules em um desses trabalhos.
Depois terminaremos este cordel com as façanhas de Hércules fora do Peloponeso.
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Continuação do cordel:
7) Levou vivo o Touro de Creta
A Eristeu pra consagrar a Juno.
Minos não cumprira com Posidon
Um compromisso (rei importuno!):
O de matar o touro em honra
Ao Deus do Mar. Minos, mau “aluno”
Considerado, o deus o castiga:
Enfurece o touro, que passa
A aterrorizar o povo da ilha,
Que ficou em estado de graça,
Quando o herói o levou consigo.
Outra proeza dum herói de “raça”!
8) Capturou as éguas de Diomedes,
Rei da Trácia. Elas se nutriam
De carne humana, desumanas
Que eram! Elas, que assim faziam,
Mortas foram pelo herói: Mais uma
Façanha, das que tantas lhe exigiam.
9) Buscou o Cinturão de Hipótila.
Esta ao herói sem resistir deu.
Dera Ares o “Sinal da Soberania”
A amazona-rainha, mas Eristeu
Manda buscá-lo pra filha Admete.
Juno se fez amazona e correu
O boato de que o herói raptaria
A rainha. Armaram-se as amazonas
Da Capadócia contra Hércules.
Elas, feros, cercam-no por zonas.
Ele, sentindo-se traído, mata-as.
Morreram mas não eram choronas.
10) Buscou o cinturão de Hipótila.
Esta ao herói sem resistir deu.
Dera Ares o “Sinal da Soberania”
A amazona-rainha, mas Eristeu
Manda buscá-lo pra filha Admete.
Juno se fez amazona e correu
O boato de que o herói raptaria
A rainha. Armaram-se as amazonas
Da Capadócia contra Hércules.
Elas, feros, cercam-no por zonas.
Ele, sentindo-se traído, mata-as.
Morreram mas não eram choronas.
11) Capturou os bois rubros de Gerião,
Monstro de três troncos da Ibéria.
Eristeu sacrificou-os a Juno.
12) Levou a Eristeu as maçãs de Hespérides.
Eram douradas, num jardim de acesso
Ruim. Conta com o ajuda d’ Atlas
Que no ombro sustentava o Universo.
Atlas recolhe as maçãs e Hércules
As leva a Eristeu. Aqui findo o verso.