SONAMBULA
Tem uma lua em cada olhar
estrábica figura,
calada, muda, absurdamente muda.
Queria escrever poemas,
viu a lua...
Na superfície lunar
bordou crivos com fios brancos
e se pôs a dançar.
Soprou pensamentos lascivos,
encostou-se no muro – grafitou-se!
Despiu o sudário e
se fez peregrina,
virgem tosca em dulia matutina - bacante silenciosa,
obliterada sem dialética,
nua,
esquálida dádiva da tua indiferença,
ali prostrada
ainda espera o teu olhar.
Tem uma lua em cada olhar
estrábica figura,
calada, muda, absurdamente muda.
Queria escrever poemas,
viu a lua...
Na superfície lunar
bordou crivos com fios brancos
e se pôs a dançar.
Soprou pensamentos lascivos,
encostou-se no muro – grafitou-se!
Despiu o sudário e
se fez peregrina,
virgem tosca em dulia matutina - bacante silenciosa,
obliterada sem dialética,
nua,
esquálida dádiva da tua indiferença,
ali prostrada
ainda espera o teu olhar.