Balada de 3 em 23
Das andanças que conspiram à favor,
não importa, as palavras são impulsivas
e germinam no fogo o alcance desbravador,
a brisa ariana, inexata de angústia e prazer.
Órfão no cálice de desejos impossíveis
o possível é entregá-los ao fugitivo luzir,
ao arrepio da pele, ao palpite do beijo,
ao inaconselhavel conselho do instante.
Não há o que remediar quando se fere.
Prefere-se ante a isso, lançar-se de novo.
Magoar-se? Talvez. Mas viver a insanidade
ou a sanidade dos desvairados de amor.
Na lógica tecida nos fios revoltos de março,
o princípio está na volúpia inalterada de ser.
Nos bem-aventurados cuja felicidade existe,
contudo perdura no finito amarelo pôr-do-sol.
Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).