O Bruto se rende
Eu enquanto assoviava
Deixando um canto ao vento
Um Galo cantou seu fado,
Estremunhando ao relento
Não sei quê pensava o Galo
Que me acompanhou cantando
Talvez fosse meu vizinho
Ou estavas só passando
Seguindo sua jornada
Pela estrada ia fadando
Talvez até se assustavas
Como estava eu me assuntando
Quiçá aspirasse guarida,
Um consolo do Cigano,
Quem sabe estava embrenhado
Em teias pernambucanas
Que se chama João Cabral
Que mama leite nas pedras
Que também é Severino
Entre tantos outros meninos
Um desvalido é também...
Era um dia de domingo
Quando o assovio se deu
Procurava eu a poesia,
Ela me antecedeu
Me flechando bem no peito
Que o coração ardeu
Eu pulava e sacudia,
Gemia estrebuchando
Todo o corpo que é meu
Mas ao sentimento Belo
Esse bruto se rendeu
Terça-feira, 19 de julho de 2005...