UM TREM DENTRO DE MIM

O trem que segue no meu peito

Segue acelerado e sem destino

Descarrilando....

Na frente o estandarte da vida

Velocidade aumentando

Viagem imprecisa, rota torta

Curvas chegando

Sonhos redivivos

Perigo no ar,

Mãos suadas ao comando

Coração batendo, apertando

Vejo as curvas chegando, vejo o senhor do tempo

Deletando tudo que é sentido e sonhado

Vejo nas brumas das manhas

O amor não vivido e amado

Sei que há, todavia

Ternura algures

Nos olhos lívidos de quem procura

A felicidade debalde

Eu acendo o cigarro e olho dentro de mim

Olho o campo que a frente se abre, ermo, sem fim

Acompanho inerte a fumaça que se desvanece

E concluo sem pensar

Que toda a esperança está no ar

E que no ar esta a esperança toda.

Bebo o silencio, vivo a vida, enfim!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 23/01/2007
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T356727
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