Desvalido
Foi na feira devavar
Ao encontro seu
Comprar frutas e feijão
Na companhia do irmão
Que era mais alto
Fedia mato brabo
E quando do banho lhe falava
Fazia brabeza com os lábios
Na entrada do mercado
Um feirante, Januário
Fez da força de seu braço
Um empurrão no coitado
Dizendo que esse fedia
Que nada lhe valia
Um sujo, sem um trato
Nunca casaria sua filha
Que naquela barraca
Que vende fruta escolhidas
Madames ricas são bem vindas
Mas a porqueira repelida
O menino mais moço
Fez da boca um alvoroço
De marra e queixo erguido
Defendeu o mais erguido
Que menino danado!
Mais pequeno que avantajado
Empurrou Januário
Que caiu num só embalo
Apontou-lhe os dedos
O do meio num desterro
Dizendo que da familia
Ele era o mais ligeiro
Velho recompôs,
Pediu mil desculpas
Com cabelo de arapuca
Fez legal com os dedos
O irmão mais velho
Um fraco sem sentido
Sentiu-se desvalido
Humilhado pelo irmão
Que nem sequer ligou
Apenas abraçou, o pobre
Diabo, que cortado seu rabo
Fez da fraqueza um louvor