Penitência

Acima destas telhas que me cobrem

A chuva cai em generosas gotas

Meu velho contrabaixo na parede

Em um canto estão algumas roupas rotas.

E nesta cena anticinematográfica

Se fundem um milhão de universos

E nas gavetas que tranquei a chave

As traças comem meus singelos versos...

E as fotografias que guardavam

Sorrisos, gestos, sentimento e sonho

Perderam a cor, já não remetem a nada

A ferrugem consome as molduras

Como me consumiu o tempo,

Assim suponho.

Do arco-íris quero as sete cores

Para pintar minha vida incolor.

Chame o cupido, Eros, Afrodite

Chame os anjos, deuses, quem quiser

Mas, por favor, encontre quem me explique

Como funciona o coração de uma mulher.

Minha alma esta manchada para sempre

Algumas manchas brancas, outras pretas

Sigo cumprindo a minha penitência

Regando a sangue todas as minhas letras...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 21/03/2012
Código do texto: T3566485
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