Recém-nascidos
Em dores de parto nessa madrugada vem à inspiração
Concebem-se no ventre da imaginação, recém-nascidos.
Gritam num choro incontido e lutam contra meus olhos
Enquanto brigam em minha mente a expelir para o papel
Em sangue se derramam em dor a manchar a folha em branco
Em lágrimas escorrem minha tristeza no infinito das linhas
As pulsações em meu peito expulsa e a paixão se rompe
Sentimentos fluem livres em seu primeiro contato com a luz
E o poeta os concebe e o cordão de ligamento é cortado
E a emoção enche o coração do trovador ao contemplar
Acaricia, atenta-se aos detalhes do corpinho ainda frágil.
Na amplitude do ser, para o deleite da alma foi que se fez.
E brotou para o enaltecer dos sentires, que a vida os concebe.