Sendas

Sigo a Lira

do poeta louco,

nos sendeiros da América.

Sigo a prata de Potosi,

o ouro das Gerais

e os negros olhos

da Marquesa que se foi.

Caminhos da louca famélica,

de tantos Pablos em vão.

Caminhos de Joaquim José

nos desvãos obscuros

de Assumares impuros.

Sigo a Lira

dos loucos profetas,

que nas montanhas

das Gerais

cantam a dor do Passado

pelo inútil sangue derramado.

Sigo em vão os Profetas eternos.

Parados, aleijados

no frontispício

do templo hospício.

A todos sigo

no caminho das Minas.

Selvas de pedras partidas

e de eternas Inconfidências

não resolvidas.

Sigo o canto,

sigo o campo

e nunca me farto

de seguir tanto.

Sou louco demente,

profeta inexistente

sem rumo à frente.

Mas ainda creio

que tarda o meu poente.