FLORES CLANDESTINAS - 40

Foi nesta praça, neste banco,

Ele lhe deu uma pequena flor,

Roubou-lhe o primeiro beijo,

Trocaram juras de amor.

Jovens, vivendo o encantamento,

Com toda a intensidade, de cada momento,

Sem avaliarem as atitudes,

Se entregando em sua plenitude.

Duas crianças, que muito se amavam,

Uniram corpo e alma... Não pensaram,

Que destes encontros resultaria,

Muito sofrimento, muita agonia.

Enfrentar amigos, a cidade, a família,

O menino, o que fazer não sabia,

A barriga agora, aparecia,

E a menina só, acabrunhada, se escondia.

Num tempo em que só a mulher respondia,

A culpa era dela, a vergonha a consumia,

Neste mesmo banco foi encontrada sem vida,

A menina vitima, da hipocrisia.

O lugar sempre coberto de flores, na praça da cidadezinha,

Alguém o mantém assim, de forma clandestina,

Só ele sabe que é o tumulo da inocente, menina,

Que por muito amar, a vida lhe custaria...

Lani (Zilani Celia)
Enviado por Lani (Zilani Celia) em 19/03/2012
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