FLORES CLANDESTINAS - 40
Foi nesta praça, neste banco,
Ele lhe deu uma pequena flor,
Roubou-lhe o primeiro beijo,
Trocaram juras de amor.
Jovens, vivendo o encantamento,
Com toda a intensidade, de cada momento,
Sem avaliarem as atitudes,
Se entregando em sua plenitude.
Duas crianças, que muito se amavam,
Uniram corpo e alma... Não pensaram,
Que destes encontros resultaria,
Muito sofrimento, muita agonia.
Enfrentar amigos, a cidade, a família,
O menino, o que fazer não sabia,
A barriga agora, aparecia,
E a menina só, acabrunhada, se escondia.
Num tempo em que só a mulher respondia,
A culpa era dela, a vergonha a consumia,
Neste mesmo banco foi encontrada sem vida,
A menina vitima, da hipocrisia.
O lugar sempre coberto de flores, na praça da cidadezinha,
Alguém o mantém assim, de forma clandestina,
Só ele sabe que é o tumulo da inocente, menina,
Que por muito amar, a vida lhe custaria...