Fosse eu ainda aquele menino
Que pensava que a vida
Respirava fácil...
Que as encruzilhadas do passo
Nada mais eram que cruzadas
Palavras.

Ah! Se a volúpia do pulsar adolescente
Pudesse em milagre bíblico ressurgir
Revendo a conta, resultado cinquenta
Anos
Em que me disse não!

Seria outro homem, rosto a definir
Senhor, palhaço, rei
O melhor de tudo, queridos
Não sei.
Definição
Germezinho inútil
A escapar liberta
Quero galopar a fúria do meu nojo.

Sete anos de azar, quebrados espelhos
Mas ao menos poupo de ver-me
Agora
Refletido
Nas fronteiras reluzentes da lembrança.

Hei de dar um jeito na casa
Casa que já não há
Um sopro no mofo da indiferença
Afogamento na piscina do além mar...

O mesmissímo mar em que navegas
No qual quiças sejas sereia
Cantando
Meu naufragar.