BA – COQUEIROS
BA – COQUEIROS
Imagino ser o coqueiro ao vento
Tendo apenas a vida como intento
Ver o inocente morrer na fogueira
Ver a donzela cortar a cabeleireira
Os índios mortos pelos europeus
Meus frutos alimentaram tantos eus
Sou a Terra, sou o mar e sou a vida
Vi o colono na Terra tida prometida
Sou o coqueiro na beirada da falésia
Sou árvore então não sofro de amnésia
Vi o mar de Iemanjá levantar revoltado
Vi o matagal de Ossãe ser devastado
Vi a missa para o senhor Jesus Cristo
Caridade e amor ficaram apenas no registro
Coisas do arco da velha eu acabei vendo
Musgo e parasitas acabei também tendo
Sou coqueiro infelizmente sou sentimento
Vi muitas vidas acabarem em um momento
Continuo ainda sob o sol de um Deus Tupã
Mesmo cansado ainda espero que haja o amanhã
André Zanarella 28-09-2011