Adeus... Deixo aqui um abraço apertado.
Adeus... Deixo aqui um abraço apertado.
Deixo guardado nessas palavras meus mais sinceros sentimentos.
Deixo aqui cada momento bom que vivi;
Que senti ao longo de minhas experiências.
Minha voz anda muito calada
E eu ando cada vez mais devagar.
Sou um ser velho... Caído de ressentimento,
Porque a vida tem sido vento intenso.
Passa muito rápido.
Vejo-a de longe, na beira da estrada.
Passo... Comprimento... Ela não diz nada!
Está fria; morta; ensanguentada de poemas...
Fica apenas prostrada meditando meus problemas.
E eu, aqui dentro, apodreço;
Feneço em tudo o que encontrei
E sei que o melhor era não ter aprendido nada!
Vivi demais!
Esperei que um dia eu pudesse desaprender;
Desviver para experimentar tudo e outra vez reviver,
Mas o tempo foi passando...
E eu fui apenas me cansando de estar sempre cansado...
De sonhar sempre e sempre ficar parado.
Pudera voltar no tempo.
Mas hoje... Hoje eu acordei bem e levantei-me bem...
Escolhi bem as roupas que usaria...
E qual máscara melhor caberia em meu rosto nesta manhã ensolarada.
Abri a porta e um punhado de natureza pegou-me pelos ombros;
Pássaros tomaram meus ouvidos...
Calaram minha boca...
Taparam meus olhos pra que não pudesse mais ver...
Senti um pouco de vida tocar minha mão...
Senti o cheiro da terra nessa última estação...
Olhei ao céu e suspirei outra vez.
Ah! Como é bom poder voar!