Incomensurável

Não é preciso nomear

Este sentimento que te tenho

Basta que eu te fale

Da vida que me habita

Se ainda é véspera da tua chegada

Ah, os ensaios dos meus braços

Que me mergulham mansamente

Abrigando-se na lembrança

Da doçura dos teus abraços

Ah, minhas águas de saudades

Navegáveis apenas ao curso

Da correnteza do teu corpo

Como descrever a alegria

O rumor das minhas mãos

Líquidas de desejos

Derramando carícias nuas

Quando és ainda memória da saudade?

Deixa-me mais uma vez te confessar

Do bulício que me toma o corpo

Sorrindo-me em prazer convulso

Do tremor dos lábios rubros

Que sem pudor entreabrem-se

Florescidos feito hibiscos

Para a primavera da tua boca

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 23/01/2007
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T356173