Prisioneiro
Desde muito sofro em silêncio
Nesse lugar onde respiro o cheiro de enxofre
Vagando pelo inferno que ronda pela terra
Ao som de músicas macabras e choros inocentes
Não foi o sofrimento que pedi para a eternidade
Foi a sentença dada a quem dizia me amar
Agora suas palavras são inaudíveis e desagradáveis
Mesmo jurando me adorar por toda vida
Penso em me livrar de tamanha dor
Mas um fruto que gerei me prende ao chão frio
Então preciso suportar a dor em gritos silenciosos
Pedindo a morte como provável refúgio
Não há choro que compense o lamento
Nem o arrependimento que me faça descansar no fogo atenuante
Só resta pedir rosas para perfumar meu corpo pútrido
Se acabando nesse lugar inóspito sem poder desabafar
Meses que se parecem eras
Assim assimilo o tempo que corrói minha carne impunimente
Que mal fiz ao mundo sem saber
Para aceitar esse amor egoísta
Grito e choro para que me liberte desse pesadelo
Mas ela se fecha em seu mundo de aparências
Mesmo sabendo que seu amado encontrará a morte em breve
Ela canta como se o amanhã fosse eterno