Prisioneiro

Desde muito sofro em silêncio

Nesse lugar onde respiro o cheiro de enxofre

Vagando pelo inferno que ronda pela terra

Ao som de músicas macabras e choros inocentes

Não foi o sofrimento que pedi para a eternidade

Foi a sentença dada a quem dizia me amar

Agora suas palavras são inaudíveis e desagradáveis

Mesmo jurando me adorar por toda vida

Penso em me livrar de tamanha dor

Mas um fruto que gerei me prende ao chão frio

Então preciso suportar a dor em gritos silenciosos

Pedindo a morte como provável refúgio

Não há choro que compense o lamento

Nem o arrependimento que me faça descansar no fogo atenuante

Só resta pedir rosas para perfumar meu corpo pútrido

Se acabando nesse lugar inóspito sem poder desabafar

Meses que se parecem eras

Assim assimilo o tempo que corrói minha carne impunimente

Que mal fiz ao mundo sem saber

Para aceitar esse amor egoísta

Grito e choro para que me liberte desse pesadelo

Mas ela se fecha em seu mundo de aparências

Mesmo sabendo que seu amado encontrará a morte em breve

Ela canta como se o amanhã fosse eterno

Cleiomar Queiroz
Enviado por Cleiomar Queiroz em 17/03/2012
Código do texto: T3560412
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