ADVÉRBIOS

Como poderia cuidar de ti
se nem de mim soube cuidar?
Dei-me apenas amores inconsequentes,
escolhidos unicamente pela insensatez.
Espalhei-me pela vida,
trocando parques iluminados
por alegrias efêmeras.
Corri por sobre muros estreitos
que disfarçavam armadilhas.
Dancei em palcos feéricos
ao som de fanfarras gloriosas
e me abriguei em castelos frios
de lares improváveis.
Lancei-me de peito aberto nos braços
da ansiada Mulher Amada.
Afundei-me, por fim, na poesia
desesperada dos desiludidos.
Passei assim a vida,
atrapalhado nas incertezas
e à espera do amor prometido.
Perdoa, minha amiga, se parto,
deixando-te apenas a promessa
de voltar tão logo
possa me desvencilhar
dos desatinos do destino.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 17/03/2012
Reeditado em 25/07/2014
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