O nada existe?
Uma porta se abriu dentro de mim
E por ela adentrou aquela vida
Que em mim, já não era sentida fazia tempo.
Estando eu dentro dela,
Desta vida por mim sentida
Deixei o intento da partida
Para ser o intento da espera.
E adentrei à janela de mim mesma
Para olhar às escuras e às avessas
Aquilo que em mim habitava.
Vi-me vasta de um vazio
Que outrora era um nada,
Mas que por ser como uma estrada
Abria brechas em direção ao meu eu.
Então vi surgir de mim
Um tudo tão cheio de fim
Que mais parecia um breu.