O Sonho Que Precede o Sono

Deitado na cama

Na trama

Coberta e lençol

Eu rezo

Me leso

Pensando na vida

Pensando no dia

Que chega ao fim

Finito espaço de tempo

Tenso

Retrato do ano

Fumaça de décadas

Espasmo

Converso comigo

Sem palavras

Em meu jazigo noturno

Em meu casulo de idéias

Satisfaço o esqueleto

Tosco

Na horizontal

E rumino cada palavra

Escrava das regras

Que me bate a face

Então tiro a máscara

Amarrotada de sociedade

E me vejo mais uma vez

Como sou

Apenas eu e eu

Aí me esbarro

Novamente em mim

Somente para olhar lá dentro

E olho

Aceno para meu legado

Amargo e carente

Sina secreta da gente

Taxa vital

Que precede o sono.

Alexandre Cardoso de Oliveira
Enviado por Alexandre Cardoso de Oliveira em 17/03/2012
Código do texto: T3559384
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