Da cabeceira da mesa

Tem uns céticos, cá e lá

que me acham muito nova e

muito, mas muito pequena mesmo

pra falar de coisas tão antigas

que chegam a rachar os teus ossos,

e tão imensas que na verdade

nunca couberam em lugar

algum. Idéias, como torres,

altivas e solitárias e eu,

"tão pequenina que não pode ser."

Um aluno, esse me sangra

cada vez que piso na sala.

-- Você vai mudar a minha vida

ou o quê?

Zangado, implorando.

Meço meus poderes,

acho no fundo do bolso

uma miudez prateada,

uma coisa úmida e fria,

um peixe engasgando

na ponta de vida que lhe sobra.

Meu deus eu sei o peso das coisas engasgadas

e meio-mortas. Então pra que me serve,

exatamente, tanta teoria de mundo?