PERSEGUIÇÃO POÉTICA


Essa noite, quase que eu não dormia,
pois um poema enigmático
e implacável me perseguia.

Quando a luz eu acendia,
pegava caneta e papel,
o poema, travesso, de mim fugia.

Quando a luz eu apagava
e os olhos cerrava,
de novo, bem nítido, ele aparecia.

Quem é poeta, com certeza,
já passou por essa estranha
e gostosa agonia:

ser cortejado e perseguido
e cada noite, a cada madrugada
pela misteriosa musa da poesia....
José de Castro
Enviado por José de Castro em 23/01/2007
Código do texto: T355886
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