Poesia molhada...
Poesia molhada de rios, de mar
De beijos...
Poesia que a ventania esparrama na minha cama
E deixa palavras soltas
Saltadas do coração
Puladas da embarcação
Que é o meu ventre vazio...
Poesia passada a limpo
Guardada, do meu garimpo.
Deito por cima de umas palavras
E a poesia deita por cima de mim!
Foge-me o contrário de sono.
Sou boa de sonho, durmo.
E, no que durmo,
Viajo...
Viagens maravilhosas!...
Vou à Paraíba
Ver rastros de dinossauros.
Pisaram pesado!
Marcaram o chão!...
Carne de dinossauro,
Ninguém nunca comeu, não.
Não havia ninguém,
Ao tempo dos dinossauros.
Só eles!
Os herbívoros comiam ervas.
E os carnívoros,
Comiam o quê?
Comiam quem,
Se não havia ninguém?...
Não havia ninguém,
Nem pra fazer poesia pra eles!...
A poesia ainda estava congelada.