Poesia molhada...

Poesia molhada de rios, de mar

De beijos...

Poesia que a ventania esparrama na minha cama

E deixa palavras soltas

Saltadas do coração

Puladas da embarcação

Que é o meu ventre vazio...

Poesia passada a limpo

Guardada, do meu garimpo.

Deito por cima de umas palavras

E a poesia deita por cima de mim!

Foge-me o contrário de sono.

Sou boa de sonho, durmo.

E, no que durmo,

Viajo...

Viagens maravilhosas!...

Vou à Paraíba

Ver rastros de dinossauros.

Pisaram pesado!

Marcaram o chão!...

Carne de dinossauro,

Ninguém nunca comeu, não.

Não havia ninguém,

Ao tempo dos dinossauros.

Só eles!

Os herbívoros comiam ervas.

E os carnívoros,

Comiam o quê?

Comiam quem,

Se não havia ninguém?...

Não havia ninguém,

Nem pra fazer poesia pra eles!...

A poesia ainda estava congelada.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 23/01/2007
Código do texto: T355874