C A C T O S
O sertão da própria existência...Faz esquecer
o frio, não importa em que lugar você esteja,
as incertezas perseguirão os planos e ideais.
Brota no solo seco a vontade do nunca mais!
Uma vontade doida que vai entrando sem a
autorização prévia... Suor, brasas nos pés...
Vai chegando com os ventos quente e poeira
de sonhos que por outros se perderam, vem
soprar em nossos ouvidos, pedindo que nós,
ou eles mesmos, caminhem acreditando nem
sei no que... Queria coragem para desistir...
O sertão da minha existência está repleto de
cactos ao sol, nele a água que poderia tirar a
sede maior é cheia de obstáculos, não tenho
como beber, seus espinhos são venenosos se
eu neles furar os meus dedos, para sempre...
Dormirei até morrer. O veneno é o medo que
chega a ser o pior dos venenos a lhe vencer.
O sertão da minha existência é a resistência,
insistindo a todo custo com pesar sobreviver.