C A C T O S



O sertão da própria existência...Faz esquecer
 o frio, não importa em que lugar você esteja,
 as incertezas perseguirão os planos e ideais. 

 Brota no solo seco a vontade do nunca mais!
 Uma vontade doida que vai entrando sem  a
 autorização prévia... Suor, brasas nos pés...

 Vai chegando com os ventos quente e poeira
 de sonhos que por outros se perderam, vem
 soprar em nossos ouvidos, pedindo que nós,
 ou eles mesmos, caminhem acreditando nem
 sei no que... Queria coragem para desistir...

 O sertão da minha existência está repleto de
 cactos ao sol, nele a água que poderia tirar a
 sede maior é cheia de obstáculos, não tenho
 como beber, seus espinhos são venenosos se
 eu neles furar os meus dedos, para sempre...

 Dormirei até morrer. O veneno é o medo que
 chega a ser o pior dos venenos a lhe vencer.
 O sertão da minha existência é a resistência,
 insistindo a todo custo com pesar sobreviver.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 16/03/2012
Reeditado em 22/11/2020
Código do texto: T3557432
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