Eu nasci...
Nasci...
Chorei o primeiro choro
O primeiro que anunciava o trecho
Aquele que encaminha à morte
O trecho que me exige a vida
Que me entrega aos braços do fim
Quanto mais há vida, mais há morte a ser temida
Quanto mais há morte, mais há vida a ser vivida
A morte não revela-se em um dia,
Quando os olhos baixam e os suspiros não são respiro,
Quanto mais eu morro, em cada dia nascente
Mais vivo intensamente
Quanto mais morre minha indiferença
Quanto mais se abala minha opressão
Quanto mais voz no meu silencio
Quanto mais me toca o coração
Quanto mais morre minha alienação
É quando mais me considero vida...