Niircida

O Niilismo preenche os espaços do intestino que carrego na cabeça.

Saio saltitando e cagando palavras. Corro erguendo as pernas.

Flatulando versos que ninguém ouvirá.

Aquele flato silencioso e que cheira muito mal. Você sabe.

O Narcisismo preenche os espaços passíveis de reflexão da minha cabeça.

Olho um eu que não sou eu que caminha na esteira do tempo deixando de ser o que sou.

Deixando de ser o eu que sou e que quero congelar.

O eu que quero congelar diante do vulcão em erupção que é o eu que se projeta e morre o tempo inteiro.

O Dadaísmo preenche os espaços entre um troféu e outro que ganho por ser o campeão dos tópicos impopulares.

Engendro um comensal que mancomuna com as opiniões que vou/sou ferrenhamente contra.

Teço requintados sofismas e os observo sendo subvertidos; defendendo a causa da contradição a todo custo, permaneço mudo.

A todo instante.

15/03/2012 - 18h37m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 15/03/2012
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