Niircida
O Niilismo preenche os espaços do intestino que carrego na cabeça.
Saio saltitando e cagando palavras. Corro erguendo as pernas.
Flatulando versos que ninguém ouvirá.
Aquele flato silencioso e que cheira muito mal. Você sabe.
O Narcisismo preenche os espaços passíveis de reflexão da minha cabeça.
Olho um eu que não sou eu que caminha na esteira do tempo deixando de ser o que sou.
Deixando de ser o eu que sou e que quero congelar.
O eu que quero congelar diante do vulcão em erupção que é o eu que se projeta e morre o tempo inteiro.
O Dadaísmo preenche os espaços entre um troféu e outro que ganho por ser o campeão dos tópicos impopulares.
Engendro um comensal que mancomuna com as opiniões que vou/sou ferrenhamente contra.
Teço requintados sofismas e os observo sendo subvertidos; defendendo a causa da contradição a todo custo, permaneço mudo.
A todo instante.
15/03/2012 - 18h37m