SOMÁLIA, QUÊNIA, ETIÓPIA... E A FOME
Somália... Quênia... Etiópia...
Quem poderá deter o avanço da fome?
Quem avaliará a dor que os consome?
A luta nos revela que esse povo é forte!
Famintos, eles caminham lado a lado...
Desnutridos, indecisos, flagelados,
Não têm remédios... Não têm comida,
Nem mesmo água eles têm para beber!
São indigentes! Parecem transparentes!
Faltam-lhes recursos, assistência, teto...
Estão sozinhos... Sem esperança, sem afeto,
Sem incentivo; sem direção; sem Norte!
Doentes, desorientados, desprotegidos,
Sem assistência e sem prevenção,
Ficam ausentes das luzes da razão
E geram filhos que nascem prá sofrer!
Os poderosos lhes são indiferentes!
Anônimos, caminham com destino incerto,
Não sabem que a riqueza esta ali bem perto...
Levam consigo uma certeza: a morte!
Como folhas murchas que caem no outono,
Seguem sem rumo, em completo abandono,
Sem o sorriso... Sem os sonhos de criança,
Só de lembranças; sem nome; vivem ao léu...
Esta é a realidade... Uma realidade triste:
Para nossos irmãos quase mais nada existe,
E a fé agoniza... Tudo é desconfiança,
E a bonança eles esperam do céu!
E o desespero se instala... Faz morada!
Que triste história! A vida é humilhada...
Apenas o sol... Nem chuva, nem neblina,
A fome manda e desmanda, faz e diz!
Pensam que é sorte, provação ou sina,
Que o sofrimento é Deus quem determina!
Como se Deus criasse os filhos seus
Para dar-lhes um destino infeliz!
Se os políticos, todos os governantes,
Os que dirigem o destino deste mundo
Acordassem desse torpor profundo,
E em vez de guerra ,lutassem pela paz!
E a riqueza fosse, assim, bem dividida:
Antes de dança e futebol - casa e comida,
Vencida a fome... Recuperado o homem!
Então veriam do que o amor é capaz!
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Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva
João Pessoa, 15/03/2012