ÊXTASE
Na calada do nosso encanto
onde nossos corpos cálidos
se perdiam num caminho
entorpecido pelo bálsamo libente
de uma vertigem volvente
nossa loucura chegava ao êxtase...
E entre delírios, bocejos
e carícias excitantes
ofegante alcançávamos
o âmago das nossas emoções
E sorvíamos todas as delícias
que o amor nos proporcionava
No silêncio daquele fascínio
flutuávamos saciados
numa sintonia ímpar
onde o sêmen sublime
do viço envolvente
vislumbrava nossa alma
transmitindo-lhe toda a paz
que o mundo gostaria de ter
Novamente sedentos
e entorpecidos na sedução ardente
nossos corpos agora selvagens
se dilaceravam impetuosos
deixando-nos saborear
o néctar da nossa paixão eloquente
que a todo momento se expressava
como um vendaval voraz
E repetidas vezes nos extasiávamos
através daquele prazer real
que me fazia mulher
e lhe fazia homem
e nos faziam um só ser
e nos faziam homem-mulher
mulher-homem
gente, alma...
e nos faziam supremos.