Silêncios
Ania,
ouve,
é o silêncio
estará sozinho?
pega o papel
a caneta
ouve
nas dobras
das horas
a quietude
da noite
desenha
tuas palavras
bonitas
pra eu ler
nosso silêncio
inefável
a nossa voz
incompleta
a ausência
queimando aos poucos
os nosso passos
que ainda não partiram
poemas são como
abraços
não precisam de voz
só precisam de nós
para afagar
a carícia esquecida
no gesto
nas palavras
mudas
fortes
delicadas
guardadas nos lábios
presas na escuridão
Ania,
escreve
tuas palavras
dentro
do meu coração?