(Des)conjuntos
As marcas puras destes temporais
Invadiram-me em vestes velhas e dissecadas
Molharam-me têmporas tristes maldizentes
Retiraram meu corpo de um sono profundo
Infiltraram-me as narinas num sopro único
Encharcaram-me os velcros, as entranhas, as viscosidades, os musgos
Me afogaram por inteiro!
Desconfiguraram as marcas que eu ainda tinha
Deixaram-me liso, sem extremidades
Descortinaram o que me envolvia
Os ventos, pois: me desalmaram!
Eram ventos uivantes, rápidos
Deixaram-me sem sombras
Sem gestos.
Alfinetaram as malfadadas insanidades mórbidas
Se foram todos os meus (des)conjuntos
Morri.
Ficaram sob a terra apenas os mais célebres idiotas cérebros.