Abram alas para a poesia

Ensaios de Foyer

Fragmentos de "Ser poeta"

O produto do poeta tem sérias tendências suicidas.

O produto do poeta não tem utilidade definida,

o produto do poeta não tem política coerente.

O produto do poeta é doente, como seu criador.

O produto do poeta é uma espécie de dor pungente,

vestida elegantemente

em trajes de alegoria:

- Carnaval de filhos inúteis

gerados no útero da Fantasia.

Olga Maria Scuoteguazza

"Esteja em Paz Olga, Salve o dia da poesia".

Abram alas para a poesia

Acham que quando escrevo versos, nada faço.

Que fico olhando o espaço, sentado em uma cadeira.

Não sabem o universo que encontro nesse espaço.

Que o mundo me pertence,

Que o mundo abraço.

Que mato a minha sede,

Derrubo paredes,

Arrombo portas,

Abro comportas,

E deixo no papel a minha alma visível.

Há! Que sorte ser poeta...

Lavo a minha alma

A poesia me acalma

Não tenho profissão

Não tenho calo nas mãos

Não tenho pontos fracos

Não engulo sapos

Não tenho cicatriz

Não tenho dor no peito

Não sou perfeito

Mas sou feliz.

E tenho uma grande aliada:

A solidão de quem ama

A solidão de quem não é amado.

A solidão do vazio

A solidão do inesperado.

A solidão da doença

A solidão da cura.

A solidão da crença

A solidão da loucura.

A solidão do encontro

A solidão da despedida.

A solidão da morte

A solidão da vida.

Palhaços, trapezistas, saltimbancos, mãe Oxum,

Operários, malabaristas, samba, fado, baticum.

Artistas, acadêmicos, poetas, foliões

São cúmplices das minhas inspirações.

Sol, lua, mar, estrela que me guia

Abram alas para a minha poesia.

Tony Bahia

A minha poesia

é curandeira da minha alma doente

na minha poesia navegam versos dementes

é um vaso de flores

onde cultivo amores

inexistentes!...

Tony bahia

Ah! Poesia que me ronda...

que me ronda querendo prescrutar,

e, um elixir de cura me dar...

Mas não quero me curar

desse mal que tanto bem me faz...

Quero adoecer de tantos versos escrever

e depois o remédio vou tomar...

Está escrito nas linhas e entrelinhas

de todos os poetas que adoram navegar...

val cunha

Obrigado Val Cunha pela linda inspiração - tony.

Navegar é preciso

Viver não é preciso.

Fernando Pessoa.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 14/03/2012
Reeditado em 15/03/2012
Código do texto: T3554485