Último suspiro
Hoje parei pra pensar em toda minha vida.
O quanto caminhei por uma estrada perdida.
Sem rumo vaguei onde nunca me dei bem.
Tudo que precisei não encontrei.
Falsos amigos descobri. A decepção fez parte de mim.
Na escuridão da noite abraçava a solidão.
Travesseiro uma mochila, cobertor um papelão.
Meu café da manhã uma dose de cachaça. Banho na fonte duma praça.
Sou um número no Brasil. A frieza do mundo me consumiu.
Meu grito se cala quando a voz do preconceito fala.
Cansei de esperar por uma mão amiga. Carrego no peito uma ferida.
Sou escória do mundo, popular vagabundo.
Desabafei sobre o ar que respiro.
Essa frase é meu último suspiro.