Ode aos poemas mais belos
Suave o movimento das palavras
Traduzidas em sigilo
Onde vivem
Toadas
Luas
Borboletas bruxas
Clarões antecipados
Nesse desencanto delirado
Transluzindo alvorecer
Aos dedos que aram o corpo
Nesse desenhar a esmo abstrato.
Floração gentil dos sentidos
Cujo efeito de água fértil
Vaga sobre a terra seca insana
Onde mesmo a noite e o ar melancólico
São belos.
Soberbo o poema que hospeda
Luz na escuridão
Desse abismo labiríntico
Subjugando atenção
Como a areia macia
Na praia úmida e voraz
Para esquecer os voos
Das asas perdidas recentes
Com a plenitude da alma
No paraíso luminoso das metáforas.
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