Vida Transgênica

A morte anda a me espreitar

E meu sono cansado se agita,

Sonhos amorfos são minha desdita

Neste aluvião deserto isento de luar.

Nas frinchas etéreas meus devaneios somem

E minha memória adormecida desce à sepultura,

Sorrisos e lágrimas mancham de recordações a clausura

E a fotossíntese do tempo metamorfoseia o corpo do homem.

Cinzas do pensamento vagueiam sem destino

Após a incineração de um essência ébria e vazia,

No silêncio fotografa-se a alma vestida de nostalgia

A colher flores murchas nos canteiros do desatino.

Nas sementes transgênicas que a vida transmutada colhe

Forma-se o insensível cardápio de um mundo irreverente e pobre!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 13/03/2012
Código do texto: T3551237
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