Gente na enchente
Euna Britto de Oliveira
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Aquele rio amigo,
De pedras, de peixes,
De nossos banhos...
De travessias amenas
Em canoas e barcos pequenos...
De repente, ficou
Pardo
Valente
Potente
Enfezado
Enviezado...
Não se podia nadar reto.
O rio não admitia alheias intenções.
Só ele mandava e decidia!
E ele puxava para o meio...
Veio da terra, sem freio,
Queria levar tudo com ele!
Até os barrancos.
Até os barracos ribeirinhos.
Até os pedaços de árvores
Arrancados e arremessados em suas águas
Pelo vento!...
Mas rio não leva momentos.
Ficou tudo registrado em minha mente!...
Da outra margem,
Vi Tionesto sendo arrastado pela correnteza do rio
Lutando bravamente contra a corrente
Para sair fora!...
Braçadas vigorosas em água barrenta,
De enchente!
Paralelo à margem,
Não conseguia se encostar a algum acesso à terra.
Essa luta durou um tempo diferente de relógio...
Um verdadeiro sufoco!
Mas Tionesto se safou desta!
Nas dificuldades,
Nado como Tionesto.
Águas caudalosas quase me submergem...
Mas emerjo!
Porque uma força extra me completa e me resgata!
Deus age
Em tudo e em todos!...
Em todos os lugares
Em todos os momentos
Em todos os tempos!
E em todos os contratempos...
Louvado seja Deus!...