Vivendo momentos de esperança.

Vivendo momentos de esperança

vendo todos meus dias serem iguais

Viajo aos meus dias de criança

Longe da lida, de momentos tão venais

Mas me vejo empurrado pra esta dança

De passos tão incertos, desiguais.

Caminhos se fazendo desiguais

Rasgando a mais suave esperança,

canto versos, dou ritmo à dança

Pra beleza em poesias serem iguais

Girando o mundo sem aportar-me aos venais

Guardando à sete chaves a criança.

Eis minha vida: a criança

poesia, gerada em momentos tão iguais,

cresceu sem conhecer atos venais

e, nela, toda a força da esperança

rasteia, no tablado, qualquer dança

pros versos, ao meu espelho, serem iguais.

Aprendi que os dias nunca serão iguais!

Carrego os resquícios da criança

Que dançou ciranda e aprendeu a dança

Pra enfrentar momentos desiguais.

A vida traz bem mais em esperança

Do que o arco e lança dos venais.

E na repulsa aos que se fazem venais

Somo-me aos melhores aos iguais,

girando na gravidade da esperança

e, em prol do meu versar, viro criança,

espanto o lado ruim, os desiguais,

edou ritmo ao passo d’uma nova dança,

pois sendo a vida, musica, serei dança...

Verei tempos longe dos venais!

As folhas da história, sempre desiguais

mostrou-nos pequeno o espaço dos iguais.

A lei da vida é para adulto e criança,

só não se pode é perder a esperança,

pois, ao perdermos o ritmo da dança,

há o risco de quedarmo-nos aos venais

Aí serão, os nossos dias, desiguais.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 12/03/2012
Reeditado em 17/08/2015
Código do texto: T3549290
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