Alucinações

Eis-me Pateta alucinado

a vagar nesse cercado

que chamam de

Mundo dado.

Insânia que oscila

entre Biarritz

e Auschwitz,

enquanto Pablo

desenha uma

Guernica de horror.

Combalida pela

dor vietnamita,

a Moira do Rio Grande

em cada carreira

mais se expande

como Alvo de Stand.

Cantemos ao Deus

dos Ateus,

rezemos aos

Santos Incréus

e aos bêbados

que vivem ao léu.

Todos serão absolvidos

Pelos Serafins mal resolvidos

que desfilam no calçadão

de Copacabana

em busca do sacro

sexo da semana.

Façamos poesias,

cantemos idolatrias

e pensemos nos

Destinos de todas

as Marias.

Já pouco importa

se a reta é torta

e se o Monstro

devora a Verdade

que um dia existiu,

quando a Musa sorriu.

Eia! Eia! Pateta alucinado,

pateta poeta

a vagar no cercado

desse insano corpo

semi acabado.