Samba. Do you?
"Tô" algemado mas o samba não morre,
pois trago comigo o cavaquinho.
O cacetete da polícia marca o tempo,
a cada golpe no meu lombo.
Se alguém samba, eu não sei,
só sei que a algema "tá" ficando apertada.
A cacetada fica cada vez mais ritmada,
e o meu dorso cada vez mais marcado.
É, malandro, é dura a vida de vagabundo.
Samba-se elegantemente,
só da cintura pra baixo.
Da cintura pra cima equilibra-se, com "fineza",
um Lucky Strike, roubado de um hipster,
o chapéu panama, amassado pela mulata,
o rin quase ferrado pelas facadas,
e a cara de pau, de quem nunca sambou nada.