ENGANOS...
Anoitece
A lua misteriosa e mística
cintila no céu e mexe com o escondido da gente.
Gorda de encantos
vai clareando o céu da noite.
Fazendo do escuro, claro.
No vagar das horas...
Sob o luar,
um rapaz e uma moça
Trocam punhados de impressões
E o que pensa o rapaz
ante a moça desconhecida?
Pensa o que vê:
...mais uma carinha bonita!
O que ele não sabia
É que a moça era encantada
Que apreciava uma boa prosa
Inda que no chão da calçada.
A noite fluía leve
Sob a lua cor de prata
E os “encontros” sucediam
Em forma-som de cascata.
Trocaram ternurinhas
Risos e gargalhadas
E chegaram a conclusão
Que primeira impressão
É pura enganação.
Aparência é só convite
Cartaz para ornar fachadas
Não determina quem somos
Nem tampouco diz-nos nada.
O que importa de verdade
É a beleza que mora dentro
Passível de ser preservada.
Nessa ode aos enganos
Podemos depreender
Que nem tudo que parece é
Ser de um jeito agora
E de outro depois
É coisa que só vale a pena
Quando estiver a dois!