Flores do Mal

Mentias por baixo de sorrisos doces

Falava em amor, sem saber o que ele significava

Drogas e flores não lhe agradavam mais

Nem as coisas que eu lhe trazia, e que você não tocava

A decadência do amor outrora perfeito é cruel

E lenta, vem e semeia o que nos envenena até o óbito

Fim de tudo, do cinismo, da luxúria antes tão pecadora

Das coisas que você dizia, ou fingia que amava

E eu quis você, sem perceber que me perdi em mim mesmo

O que fazia era sempre dar um jeito de esconder as lágrimas

Quantos sorrisos montados você me sorriu e eu acreditei

Teus truques tão manjados, que eu fingia cair e me afundava

Amante do que é banal, seus olhos brilhavam feito miragem

E eu perdido na mata, os via como luz no fim do caminho

Lhe trazia flores, mais elas murchavam nos seus braços

O que é belo se perde no que é falso e prefere morrer ao se entregar

Mais eu me entreguei a ti, pois não sou perfeito

Perfeito era só meu sentimento, mais você o corrompeu

E eu me vi perdido no que eu mesmo achei

Você sorriu, e eu chorei, tudo tão complicado no singular

Mais hoje eu sei, que eram só flores do mal

As flores que colhi e que sem querer me cortei

E sangrei até não sangrar mais, e chorei até não chorar mais

E segui o caminho das pedras, deixando as flores pra trás.

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 11/03/2012
Reeditado em 23/05/2012
Código do texto: T3548356