Êxodo

Ainda sois dos sóis queimados.

A seara sem vós...

o Saara.

Na cidade sem-voz, seríeis o excremento?

Do campo fôreis adubo e alimento?

Agora homens sem-alfabeto

Sede concreto, mexei o cimento!

Os calos em vossas mãos

carregam as marcas

do vosso miserável galardão.

Aqui, terra do homem de grife

e suas palavras desconhecidas

Matai a sede.

Do novel capataz saciai o apetite

de aplausos e de adolescentes inibidas.

A cidade quer tudo,

A carne de vossas filhas,

dos filhos as energias.

De vós apenas um gesto mudo!

Gilberto Ricardi
Enviado por Gilberto Ricardi em 11/03/2012
Reeditado em 17/10/2012
Código do texto: T3548162
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