Êxodo
Ainda sois dos sóis queimados.
A seara sem vós...
o Saara.
Na cidade sem-voz, seríeis o excremento?
Do campo fôreis adubo e alimento?
Agora homens sem-alfabeto
Sede concreto, mexei o cimento!
Os calos em vossas mãos
carregam as marcas
do vosso miserável galardão.
Aqui, terra do homem de grife
e suas palavras desconhecidas
Matai a sede.
Do novel capataz saciai o apetite
de aplausos e de adolescentes inibidas.
A cidade quer tudo,
A carne de vossas filhas,
dos filhos as energias.
De vós apenas um gesto mudo!