O Que Somos Nós Somos o Que?

Como zomba de mim

Atroz momento

Como ousa roubar

O meu faz de conta

A conta está paga

Não lhe devo mais nada

Não lhe devo mais nada

O castigo verte da rotina

Enfadonha

Frente a frente com a luz

Em busca de paz

Paz

Palavra mesquinha

Aparece somente quando não a temos

Ou temos?

Somos crianças

Crescidas

Banidas da infância

Por nossos hormônios

Maniqueístas

Em certo e errado

Somos fundo

Somos lago

Mastigamos a comida

Já pensando na próxima garfada

Buscamos chegar ao fim

Para nova retomada

Somos fim e começo

Sem saber por onde terminar

Ou começar

Por isso

Tudo fica inacabado

Tudo é tédio

Tudo é vago

As barreiras se fecham

O mundo encolhe

Comemos, bebemos, dormimos

Como ovelhas aguardando

O abate

Vemos tudo sem sermos vistos

A fome, a violência, a corrupção

Sem esboçarmos maior reação

Pois o filme é instantâneo

E quando saciamos a curiosidade

Basta fechar a sessão

Cobrir a tela

Usar as mãos

E voltar a rotina

De viver

Cansados

Alexandre Cardoso de Oliveira
Enviado por Alexandre Cardoso de Oliveira em 11/03/2012
Código do texto: T3547847
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