Um outro dia D...
A mesma mesa de madeira boa e antiga,
Ainda serve aquela conhecida comida estragada.
A já batida cadeira de balanço,
Não se cansa em carregar a estatua de minha avó.
São os traseiros já conhecidos que tiram todo o pó
Do sofá usado e encardido.
O piano ainda insiste em chorar
A mesma melodia do passado.
E a cena do porta-retrato
É novamente encenada.
Os rostos, as piadas, as lamentações
São as mesmas do verão passado.
As desilusões, as dores, as mortes
Continuam contidas e renovadas.
Os sorrisos tímidos, as crenças desesperadas
Estão servidas nas taças de vinho.
A reza da meia noite ainda é a mesma
Que incomoda meus ouvidos.
São os mesmo parvos
Que comemoram a renovação da mesmice,
Com o peito estufado de esperança,
Naquele conhecido dia denominado NATAL.