E AGORA, DRUMMOND?

E agora Drummond?

Cadê tua pedra

No meio do caminho?

Teu terno de vidro?

Tua lavra de ouro?

Teu ódio? Onde está?...

Ah se você sorrisse!

Se você chorasse,

Se você tossisse,

Se você sonhasse!

Mas você está longe

Com o seu olhar distante;

Mas você esta duro

Como um quadro na parede!...

E agora Drummond?

Drummond que não vi,

-mas que bem conheço-

Drummond meu amigo

Que nunca me esqueço!...

Ah! se você chegasse

Nessa noite serena,

E cantasse uma valsa

Ou escrevesse um poema!

Mas você está longe...

Você está longe, Drummond!

Não, você não ressuscitou!

Ao terceiro dia!

Nem mesmo prometeu

Que ressuscitaria.

E o que escreveste

Não profetizaste

Ser eterna poesia!...

O poeta sério,

O poeta de vidro?

O poeta de ferro,

O poeta diamante

Das minas de Minas!...

E agora, Drummond,

Como morrer de novo?

Como não ser lembrado

Não ser bajulado,

Por todo esse povo?