Uma estrada de versos

Uma ponte interrompida

Uma cruz de carvalho

Alguns ossos expostos

Hoje será impossível

Para onde foi o sentido do mundo?

Qual e a química que mantém os cérebros girando?

Não há mais versos nem poemas coesos em meu mundo

Eu vejo canetas bailando em cadernos indistintos

Um bale sem destino ou função

Não somos mais inocentes

Os anos 30 não voltarão nunca mais

Só as bombas e as guerras ainda marcam as lembranças

Uma multidão fugindo às seis da manhã

Esperando o ônibus

Um carro cheio de historias iguais

Nos nem pensamos, nos entregamos à viagem como.

Autômatos

E eu crio minha poesia em meio as seus conflitos tacanhos

Repetindo gestos e olhares nos corredores das fabricas

Só um relógio me separando do mundo

Só uma fração de liberdade e espera

Agarrado a normalidade por uma passagem de ônibus

Um vale transporte me fazendo existir e ter sentido

Mas eu salto pulando janelas às aberturas de minha mente

A maioria esta feliz com os limites de suas gaiolas

Para eles só há fugas perante as novelas e os jogas na TV

E quando seus pés abandonam a terra

E a liberdade esperando com hora marcada

Depois das oito

O céu nunca tem mais de uma cor perante seus olhos

Nem há mais do que ondas para se ver no mar

Quem dera pudessem ouvir a musica

E ficarem loucos algumas vezes por dia

Agradeço a Deus pelo Don da poesia

Pela estrada que tenho pra poder exercitar minhas fugas

Pra me revoltar

Num silencio que se pode ouvir

Por poder escrever pura e simplesmente

Minha estrada repleta de versos

Estou correndo por ela agora.

JANNUS LOBO
Enviado por JANNUS LOBO em 10/03/2012
Código do texto: T3546273