O POEMA DO RUM
Salve o torpor libertário
Ante o estupor dos grilhões
De viver são. E quão são?
Senão, ainda mais louco
Pois, a forca é sentença da alma
Suspensa no cânhamo moral
Sobre o cadafalso social
Fantasia anestésica
Contra dores da realidade sã
Vilã, eu concordo.
E vã. Se eu me recordo:
Aos Elísios, ainda mais daqui,
Nada levamos
Por que do gozo da boa vida
Então nos privamos?
Eis que ébrio estou
E o rum, lúcido entorno.
E, por Baco, não mais retorno
À insanidade do sóbrio grilhão.