LIBERDADE & COVARDIA
Negra tez tostada pelo Sol
Com profundas marcas
Vai o negro irmão cambaleando
Com fardos atirados no seu corpo!
Qual a culpa de sua negra pele?
Se somos iguais em tudo!...
No sentimento, no amor, na vida,
A covardia comete tal absurdo.
Quantos irmãos foram assassinados
Ao longo do regime tão brutal,
Distante da Pátria, amigos e familia
Já era para o negro um grande mal.
Entretanto o homem branco
Acorrentou os seus irmãos de cor,
Estraçalhou sua cultura, suas raízes,
Até hoje o negro chora e ri de dor!
Anos se passaram e quase nada
Progrediu nesta cultura escravocrata,
De homens que enriqueceram
À custa dos negros na chibata.
Multiplicaram senzalas e açoites
Nos anos de "liberdade e covardia"
E, o negro sorriu com a "Lei Áurea"!
Preso aos grilhões, sem alforria.
Negro amigo, companheiro e irmão
Pagastes com sangue, o progresso,
Mecere o respeito e o carinho...
E não ser excluído, quase em guerra!